Ao longo dos últimos anos, assistimos à intervenção estatal para regular os preços e o mercado. Essas medidas geraram um custo enorme para os indivíduos, pois a política de congelamento de preços vai na contramão das regras naturais de mercado.
Além de serem totalmente populistas, essas ações são irresponsáveis. A intenção é entregar uma solução rápida, sem analisar as consequências futuras que esse tipo de intervenção pode causar à população.
Durante os 13 anos de governos petistas, observamos, na prática, como essas políticas foram implementadas. Até mesmo o ex-presidente Lula reconheceu posteriormente que algumas decisões foram equivocadas — embora sua sucessora tenha repetido os mesmos erros.
Em 2012, o congelamento de preços no setor energético resultou em um grave problema para Dilma Rousseff, com impacto direto na inflação e na alta da taxa de juros (SELIC).
Esse tipo de política, no entanto, não é exclusivo do Brasil. Ela se replica em outros países da América Latina. A Argentina, sob a gestão do presidente Alberto Fernández, tem adotado a mesma estratégia.
O governo argentino congelou os preços de milhares de produtos essenciais, como alimentos, produtos de higiene, laticínios e itens de limpeza, por 90 dias, tentando conter uma inflação que ultrapassou 52% nos últimos 12 meses.
Contudo, a experiência histórica mostra que essas tentativas são ineficazes. O congelamento controla a inflação apenas no primeiro momento. Logo em seguida, surgem a escassez de produtos e um aumento ainda mais acelerado dos preços.
Henry Hazlitt, em sua obra Economia em Uma Única Lição, critica justamente esse tipo de intervenção. O autor adverte sobre os riscos de decisões econômicas imediatistas que desconsideram seus efeitos futuros.
Atualmente, a Argentina registra a segunda maior inflação da América do Sul, atrás apenas da Venezuela, que acumula um índice inflacionário de 2.700%.
O poder de compra dos argentinos caiu drasticamente, e a desvalorização da moeda se intensificou. Embora o salário mínimo no país seja de 31.104 pesos (aproximadamente R$ 1.700), ele não é suficiente para cobrir uma cesta básica completa.
No Brasil, vemos novamente políticos sugerindo o congelamento de preços como solução para conter o aumento da gasolina, da energia elétrica e do gás de cozinha.
Entretanto, a realidade dos nossos vizinhos argentinos deixa uma lição clara: políticas de congelamento resultam, no médio e longo prazo, em inflação descontrolada, desvalorização da moeda e aumento da pobreza.
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