O presidente Jair Bolsonaro deve muito do seu sucesso nas urnas às promessas de campanha focadas na responsabilidade fiscal, desenvolvimento econômico e desburocratização.
Esse conjunto de propostas o tornou popular entre muitos liberais, principalmente pela indicação do Ministro da Economia, Paulo Guedes. Esta junção, apesar de arriscada, trouxe aos eleitores uma grande esperança. Entretanto, como visto, na prática o discurso não obteve tanto êxito.
Apenas a Reforma da Previdência conseguiu ser aprovada no primeiro ano de governo, e mesmo assim, os rastros deixados pela pandemia praticamente anularam os resultados econômicos de responsabilidade fiscal previstos com a Reforma.
Nessa perspectiva, os custos extraordinários com investimento na contenção dos avanços da pandemia na área da saúde e equilíbrio de renda populacional, desequilibraram o ajuste fiscal que anteriormente foi estabelecido.
Por conta disso, outras medidas que já deveriam ter sido tomadas nos dois primeiros anos de governo voltaram à pauta do presidente e estão em ascensão de discurso. O ano de 2021, apesar do grande impacto sanitário e econômico sofrido, tem sido estratégico para a aprovação das reformas estruturais, dada a sua urgência.
Uma das grandes propostas de campanha apresentadas por Bolsonaro foi a da privatização de estatais. A primeira delas ocorreu com a Eletrobrás, entretanto, apesar de bem-sucedida, o projeto deixou diversas lacunas quanto à real desestatização e assim não se tornou o case esperado pelos economistas que se dedicam ao tema.
Outra grande promessa a ser efetivada é a aprovação da privatização dos Correios na Câmara dos Deputados, sem dúvidas, talvez uma das mais aguardadas desde a posse do presidente, que tornou o processo moroso, uma vez que poderia ter sido apresentado ao Congresso Nacional em seu primeiro ano de mandato.
Não obstante, outro cenário muito bem explorado foi o das concessões, que ora também havia sido prometido. Muitos aeroportos e portos deixaram de ser administrados pelo Estado e passaram a integrar a iniciativa privada.
Eu poderia ser muito pessimista com o cenário que o país se encontra, levando em consideração falas irracionais do chefe de Estado e ausência de condução de medidas que freassem o crescimento a pandemia.
Contudo, ao analisarmos o ponto de vista econômico, sem dúvidas o Brasil tem estipulado medidas regulares para a recuperação do capital gasto. Os dados não mentem, o crescimento do PIB do país previsto é de 4,5%, conforme o Banco Mundial.
Entretanto, ainda há muito a ser feito: a urgência de uma Reforma Tributária séria que possibilite um sistema tributário simplificado, a Reforma Administrativa que precisa ser retirada do papel e executada, a fim de reduzir os gastos públicos e aumentar a efetividade do setor.
Por fim, um bom ambiente de negócios, uma agenda reformista e menos burocracia é necessário. Já passou da hora de Bolsonaro executar as ações que prometeu durante a campanha e renunciar assuntos que não representam avanços para o país.
Leia também: Como as Leis Trabalhistas prejudicam a geração de empregos
Mateus Vitoria Oliveira
CEO Private Construtora, Private Log e Private Oil & Gas
Trabalha&Confia!
Copyright 2025 │ Politica de Privacidade