É comum ouvirmos, nos mais diversos espaços da sociedade, a defesa apaixonada pela erradicação da desigualdade social.
No entanto, essa ideia, apesar de bem-intencionada à primeira vista, ignora aspectos fundamentais da natureza humana e do funcionamento de sociedades livres.
A desigualdade, por mais desconfortável que possa parecer, é um traço inevitável de qualquer sociedade. Ela nasce das diferenças individuais, talentos, escolhas, esforços e contextos.
Em países desenvolvidos, a desigualdade continua existindo, justamente porque as pessoas têm liberdade para trilhar caminhos distintos.
O verdadeiro problema, portanto, não está na desigualdade em si, mas na miséria, essa, sim, deve ser combatida com urgência.
Erradicar a miséria não significa impor uma vida igualitária a todos, mas garantir que cada cidadão tenha acesso a oportunidades reais de crescimento.
O foco deve ser a geração de renda, a liberdade de escolha e a autonomia para que cada indivíduo possa construir seu próprio destino, seja com investimento na educação dos filhos, no empreendedorismo ou na alocação de seus recursos de acordo com suas convicções.
Nos regimes de baixa liberdade econômica, como na Coreia do Norte ou em Cuba, a desigualdade praticamente não existe. Mas a que custo? Nesses países, não há liberdade para empreender, escolher uma profissão, consumir ou simplesmente decidir sobre a própria vida. Tudo é ditado pelo Estado.
O resultado é uma sociedade nivelada por baixo, onde todos vivem sob o mínimo que o governo julga suficiente.
Um exemplo recente dessa lógica distorcida foi o vídeo viral de Nicolás Maduro, banqueteando-se com carnes nobres em uma churrascaria de luxo na Turquia, enquanto a Venezuela afunda em uma crise sem precedentes.
Esse é o retrato da igualdade forçada: o povo vive na escassez, enquanto os líderes desfrutam dos privilégios do poder.
Por trás do discurso de igualdade social total está, muitas vezes, a manutenção de um sistema estatizante, onde o governo concentra riquezas, tributa pesadamente e interfere na liberdade econômica, tudo isso travestido de justiça social.
No fim das contas, o que se perpetua é um ciclo de pobreza, estagnação e dependência estatal.
Como liberais, é nosso dever defender princípios que verdadeiramente melhoram a qualidade de vida do cidadão: abertura de mercado, livre iniciativa, geração de empregos e o fortalecimento do empreendedorismo. Esses são os caminhos reais para combater a miséria e promover a mobilidade social.
O Estado, quando decide intervir excessivamente na economia, invariavelmente gera distorções, escassez e retrocesso.
Como alertou Ludwig Von Mises em sua obra “As Seis Lições”, toda intervenção estatal desorganiza a ordem natural dos mercados e sufoca a liberdade individual.
Se o governo deseja, de fato, contribuir com o desenvolvimento econômico, que o faça desburocratizando, simplificando e criando um ambiente favorável para quem produz. O maior programa social de todos é o emprego — e o único que o gera é o empreendedor.
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Mateus Vitoria Oliveira
CEO Private Construtora, Private Log e Private Oil & Gas
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