Desde as eleições de 2018, assistimos à ascensão do termo “antifascista”, adotado de forma equivocada por alguns grupos.
O mais confuso nesse discurso é a banalização de um termo tão carregado de significado histórico, relacionado a um dos períodos mais sombrios da humanidade.
Isso demonstra que muitos que se autodenominam antifascistas desconhecem não apenas a história do fascismo, mas também a atuação daqueles que flertaram com ele aqui no Brasil.
Não há como falar de autoritarismo sem lembrar de Getúlio Vargas, ditador amplamente aclamado por militantes de esquerda.
Vargas foi um clássico socialista que desempenhou esse papel com maestria. Entre seus principais feitos de retrocesso econômico estão: a criação de estatais, o fechamento do Congresso Nacional, a intervenção nos governos estaduais e a implementação dos chamados “direitos sociais”.
Foi em 1937, porém, que sua face autoritária se revelou de forma mais explícita, com o golpe de Estado que deu início ao Estado Novo.
Além da nova Constituição imposta, Vargas criou um dos maiores problemas estruturais do Estado brasileiro: a Justiça do Trabalho e a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), inspirada nas leis trabalhistas de Benito Mussolini, sim, o líder fascista italiano.
Em 1954, Getúlio Vargas cometeu suicídio no Palácio do Catete, deixando uma carta que reforçou sua imagem de “pai dos pobres”, fruto de um populismo exacerbado.
A seguir, abordo três de suas principais ações e as consequências negativas que elas trouxeram para o país.
A Consolidação das Leis Trabalhistas é uma das piores heranças do varguismo. Sem dúvida, é um fator determinante para a dificuldade de geração de empregos no Brasil.
Originalmente, a CLT previa absurdos como a estabilidade automática após 10 anos de serviço, regra que, felizmente, foi revogada.
Em 2017, uma tímida reforma trabalhista trouxe avanços, como a permissão para acordos entre patrão e empregado e a cobrança de custas processuais do trabalhador que perdesse a ação, o que reduziu o número de processos.
No entanto, ainda persiste o entrave de um mercado rigidamente regulamentado: salário mínimo obrigatório, definição de horas de trabalho, férias e descansos sem a possibilidade de livre negociação entre as partes.
Os 16 anos de governos petistas escancararam uma realidade que já se desenhava desde a era Vargas: o Estado não sabe gerir empresas — e, quando pode, utiliza-as para esquemas de corrupção.
A Petrobras é um exemplo emblemático: criada para exercer uma suposta “função social”, tornou-se um instrumento de enriquecimento ilícito para governantes e seus aliados.
Getúlio Vargas, embora golpista por natureza, soube utilizar o populismo para se reposicionar como líder democrático. Seu título de “pai dos pobres” serviu como propaganda para consolidar sua imagem junto às classes populares.
Infelizmente, esse modelo persiste: projetos sociais de caráter populista continuam a ser utilizados como instrumentos políticos, embora se revelem, a longo prazo, insustentáveis e ineficazes no combate real à pobreza.
As cicatrizes deixadas por governos autoritários e intervencionistas não marcaram apenas o Brasil, mas toda a América Latina.
Nossa região tornou-se um terreno fértil para a instalação de regimes de poder que priorizaram projetos pessoais em detrimento do desenvolvimento nacional. Hoje, porém, temos a oportunidade de aprender com os erros do passado e evitar que políticos totalitários e populistas retornem ao poder.
Cabe a nos escolher com responsabilidade e consciência para que o país trilhe, enfim, um caminho de liberdade e prosperidade duradoura.
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