Você já se perguntou como se define se um país é capitalista ou não? Quais critérios são usados para distinguir uma economia de mercado de uma economia dominada por um Estado inchado e ineficiente?
Muitos críticos do capitalismo afirmam que, se esse sistema funcionasse de fato, não haveria pobreza, desemprego ou desigualdade. Mas essa é uma visão distorcida e simplista. Nenhum sistema econômico elimina todos os problemas sociais.
A pergunta mais relevante é: quais países prosperam mais e garantem melhor qualidade de vida sob diferentes modelos econômicos? E a resposta pode, e deve, ser buscada em dados concretos.
O Index of Economic Freedom, publicado pela Heritage Foundation, avalia o nível de liberdade econômica de diversos países com base em critérios como eficácia judicial, integridade governamental, liberdade fiscal, segurança jurídica e abertura de mercado. E, segundo a edição mais recente, o Brasil está longe de figurar entre os países com maior liberdade econômica.
Em 2024, o país obteve apenas 45,6 pontos em eficácia judicial, em uma escala de 0 a 100. Isso significa que o sistema judiciário brasileiro oferece pouca previsibilidade e segurança, fatores essenciais para atrair investimentos e fomentar o crescimento.
Além disso, a integridade do governo foi avaliada em apenas 47,5 pontos, refletindo o nível elevado de interferência política, corrupção e uso do Estado para favorecer aliados.
Esses dados ajudam a entender por que o Brasil não pode ser considerado um país capitalista. A presença constante do Estado, seja por meio da burocracia, seja por benefícios concentrados em grupos privilegiados, distorce a lógica de mercado e compromete a meritocracia.
Como evidência histórica, basta lembrar que desde a redemocratização já tivemos dois presidentes afastados por impeachment e um condenado e preso por corrupção. Em tom crítico, pode-se dizer que a cada três presidentes, há 50% de chance de um deles ser afastado ou preso.
Enquanto isso, outros países da América Latina demonstram que é possível trilhar outro caminho. O Chile, por exemplo, figura na 19ª posição global em liberdade econômica, à frente de potências como os Estados Unidos em alguns critérios macroeconômicos.
Isso é reflexo de uma trajetória de abertura comercial, responsabilidade fiscal e fortalecimento institucional, que diferem da realidade brasileira.
Portanto, quando anticapitalistas apontam o Brasil como exemplo de fracasso do capitalismo, ignoram que nosso modelo está mais próximo do intervencionismo estatal do que de uma economia liberal de fato. O problema não está no capitalismo, mas nas distorções criadas por um sistema político e institucional que inviabiliza o livre mercado e protege privilégios.
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Mateus Vitoria Oliveira
CEO Private Construtora, Private Log e Private Oil & Gas
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