A Venezuela é um país onde não existe desigualdade social. Parece chocante, mas é a realidade: em uma sociedade majoritariamente pobre e sem poder de compra, todos são igualmente miseráveis — com uma exceção óbvia, o Estado.
De acordo com estimativas do Banco Mundial, dois em cada três venezuelanos vivem em estado de extrema pobreza, com uma renda inferior a US$ 2 dólares mensais.
Além disso, 96,2% da população é pobre e cerca de 30% estão desempregados. Trata-se de um quadro desolador que ilustra como a igualdade forçada, promovida por regimes socialistas, resulta não em prosperidade coletiva, mas em miséria generalizada.
Em 2013, a Venezuela ocupava a 30ª posição entre as maiores economias do mundo. Já em 2020, despencou para a 100ª colocação.
Isso demonstra que, quando havia mais desigualdade — ou seja, uma maior concentração de renda em diferentes classes sociais — havia também maior geração de riqueza no país.
Antes da ascensão de Hugo Chávez, a parcela pobre da população era apenas 20%. Em 2015, no final da sua era, esse número já havia saltado para 50%.
Outro dado alarmante está relacionado ao petróleo. Antes do regime chavista, a Venezuela era uma das maiores potências exportadoras de petróleo do mundo, arrecadando cerca de 3,3 milhões de barris por dia e possuindo um dos PIBs per capita mais altos da América Latina. Hoje, esse número sofreu uma queda drástica, e a produção está em torno de 500 mil barris diários.
A crise humanitária é tamanha que mais de 5 milhões de venezuelanos abandonaram o país em busca de condições mínimas de sobrevivência. Só no Brasil, mais de 250 mil refugiados venezuelanos foram acolhidos. Produtos básicos de higiene, alimentos e remédios são escassos, e 79% da população vive atualmente em situação de extrema pobreza.
Enquanto isso, como ocorre em toda ditadura socialista, a elite política permanece no poder, cercada de privilégios e bens inacessíveis à esmagadora maioria da população.
A tragédia venezuelana escancara uma dura verdade: não há verdadeira igualdade social onde há pobreza generalizada. A ausência de desigualdade, nesse caso, significa apenas a uniformização da miséria.
Ao destruir a liberdade econômica e atacar a iniciativa privada, o governo venezuelano não promoveu justiça social, apenas nivelou a população por baixo, eliminando qualquer perspectiva de ascensão ou esperança de futuro.
Assim, fica claro que a geração de riqueza e a existência de classes sociais distintas, em uma economia livre, são fundamentais para o crescimento e para a real melhoria de vida das pessoas. A desigualdade de condições é um preço muito mais justo do que a igualdade na pobreza absoluta.
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